quarta-feira, agosto 30, 2006

trumpete desafinado

iansã voltou na praia...
escrita truncada. latitude menor ainda.
potencializando questões intratáveis no momento.
queria assistir 'singing in the rain' again!
alguns assovios perdidos e muitos pensamentos pra organizar em fila!
a felicidade anda escassa... e o corpo já evaporou!

a solução é uma só: aderir ao budismo, urgente!

entra iansã... ohm pra ti!

domingo, agosto 27, 2006


O meu amor está paralisado. Sonhei com essa imagem à noite passada- pude ver a cama, você, a minha sensação de impotência... A cena era tão desgastante quanto toda essa minha procura em vãos e desvãos. As frestas ficaram esgaçadas demais em mim. Já vi caírem por elas, uma série de ilusões e, como diria um amigo de um colunista que eu sempre leio: “eu não sei porque que as pessoas ficam aborrecidas com as desilusões, será que elas prefeririam viver iludidas para o resto das suas vidas?”
E é isso mesmo - eu desencantei! Estou, agora, mexericando o meu meio, o meu centro, o meu miolo... para ver se dele estanco essa falta, esse frio, essa paralisia. As coisas acabam e não tem fim? Pode não ser bem assim!
Estou ardendo, mas não estanco o movimento!

sábado, agosto 26, 2006

breve pausa para sara!

“eu devorei as minhas beiradas sem caroço nem paixão,mas aqui pelo meio eu sou mais quente, eu tenho equador com pimenta e me mordo vagarzinho. eu não amo de novo pra costurar um recomeço, uma chance um curativo ou um endereço. eu amo e não sou só”. (Sara Lee)

for sure, minha querida sara,

que bom tê-la assim escrita num sábado de manhã, na praia!
menina, acordei bem tarde hoje, tomei um banho quente e ouvi música muito, muito alto- minha mais nova paixão se chama Jamie Cullun e eu ouso dizer que estou cada vez mais bossa! Rárárá... bossa-jazz para ficar mais confundida na categoria dos que gozam sem nem tocar-se...
menina, menina, as últimas são as tais questões que já havia te adiantada- o sujeito contemporâneo ficou escasso demais e preferi voltar-me ao século passado, de vez!
os gritos da platéia são bem mais calorosos!
o abuso desse tropicalismo na pele dá um susto na mente mítica!
esse trecho de um texto antigo teu me começa e me corrijo nele! o centro é um arremesso e os dardos, estão desflechados. saem todos do meu punho. aprendi a jogar dardos com um antigo namorado: manter a distância certa, apoiar o braço que arremessará sobre o punho do outro braço, mirar bem no centro e aí disparar sem sair do lugar pré-determinado. tenho irremovível prazer quando se trata de arremessos! e, afinal, no dardo, todas as tentativas são recompensadas- isso eu também adoro! acumula-se pontos sempre, pois todos as dobras do círculo contém valores distintos... o centro, claro, é sempre mais quente!
não, querida, não era essa a analogia buscada, não! ela simplesmente se deu quando eu comecei a te escrever... tabuleiro de dardos, enfim!
quanto ao 'vagarzinho’... sim, sempre com pouca pressa e toda a técnica cabível! técnica, essa, aliás, bem sutil e sincera!
já te convidei para o almoço de domingo, Sara? teremos molho ao equador com pimenta e o centro ornamentado por pétalas de tulipa frescas! analogias são producentes, por vezes!
que seja breve a pausa entre os arremessos!
rumo ao centro,
Joana.

terça-feira, agosto 22, 2006

60% cabernet e os outros 40% malbec...

Chinelos amarelos, mel, laranja, vitamina C, bergamota, flores do campo, pastinhos para coelhos com florzinhas amarelas, toalha de banho com listras amarelas e até mesmo troquei as azeitonas por milho. Se pudesse escolher vestiria-me com macacaõ amarelo, desses tipo uniforme de grandes companhias capitalistas. Como não associo-me ao sistema em termos de existência propriamente dita, mantenho-me na margem quando se trata defazer campanhas, então... o preto e o marrom e o sóbrio, ainda me compõem usualmente. Tons de noiar... ainda mais com esse inverno que só dá vontade de hibernar- cobertas, mantas, tocas pra que os quero! Pra que te quero! Pra que te preciso e te sinto falta tanto assim!
É nesses meses de meio do caminho, de beira de estrada que mais, abusivamente, meu coração pede passagem! Ando às voltas com melancolias que só podem mesmo amarelar-me! O xixi é amarelo! E o resto é marrom! Ah, as mãos parecem estarem mais velhas e os amigos cada vez mais casados! Menina, quanta alucinação! Sim, querido amigo, continuo andando, por supuesto! Continuo tentando escrever e lavar mais o rosto! O fio-dental que anda meio escasso ultimamente, porque quando vi, já adormeci no sofá...
Voltando ao amarelo, essa matiz tem como característica mais imanente: chamar a atenção, não? Levando em consideração que comprei as tais sandálias-chinelo amarelas... bem, isso quer dizer que, inconscientemente, eu estou desejando chamar a atenção para os meus pés? Pode até ser real, sim... afinal, tenho carinho especial por essa parte do meu corpo, no entanto, estamos no inverno e nem mesmo posso mostrá-los com esse gélido frio...!
Isso, talvez queira dizer que as surpresas ainda estão por vir e os esconderijos, agora, tapados de roupa e cobertores serão desvendados e evidenciados... e o tempo não para de passar! As estações não param de se seguir! O meu amor é de fronteira mesmo; e me abre para tudo o quanto. E me fecha e me hiberna e... não para de me fazer acreditar que numa bela tarde de sol, amarelo, vou te ver sobre os meus lençóis verdes. Amadurecendo-me...

domingo, agosto 20, 2006

cartografando-me

Te busco incondicionalmente. Sou o que tenho de mais simples e colorido na floreira. A previsão climática é de muito calor e eu continuo, na praia, esperando o verão chegar. Em relação com as andorinhas...
Danço Placebo e sonho Lynch. Ontem mesmo queria ser a Sophia Loren e ter uma boca grande e mãos longas. Decoro frases simples e de efeito. Repito, repito e repito-as com o intuito de um estado mais alfa.
Não penso no palco, nem em teatro. Reitero a rua, o microfone de lapela e a grande engenhosidade dos alemães...
Não tive um grande amor que me deixou em prol de ideologias e perseguições políticas. Quando estive em Roma eu só pensava que não estavas comigo e isso não deixou-me molhar os pés na fonte da Piazza Navona. Se o fizesse, a impressão de aquilo ser real iria quebrar o etílico sonho, pois nessa hora eu podia sentir o teu beijo... estava tão bêbada que alucinava!
Imagina só molhar os pés naquela hora... eu poderia ter mesmo uma parada cardíaca...!!!
Tenho ainda um mês para toda essa melancolia amarelada... depois chega o sol e aí, mente impostora, eu vou dar um jeito de te modular conforme os meus níveis de endorfina,ok?
Então bastará de desejos equívocos e fantasmagóricos! A incondicionalidade será relativizada até ser esmagada e transformada em pura energia alfa. Os meus olhos ampliarão o campo de visão e eu serei tudo o que Lynch sempre quis para mim... posso tocar o olhar absorto de Jessica Lange, enfim...

O carro agora passa a entrar numa pequena ruela e com uma floresta ao fundo, depois dela, já posso ver o portão da tua casa. Estaciono sem buzinar.

sábado, agosto 12, 2006

a porteira, o moço e os cavalos

a lição do dia foi que a ração dos cavalos realmente é vitaminada! sementes de aveia com milho e mais outra coisa que não me lembro agora, tudo bem misturado uma vez ao dia e, muito, muito pasto!
estava eu caminhando com mamãe em direção a casa dela, no interior, e foi aí que encontramos dois cavalos lindos pastando... não pude deixar de perguntar para o moço que por ali estava, do que era mesmo que eles se alimentavam para estarem tão em forma e elegantes daquele jeito. o moço foi tão simpático e sorridente que só poderiam mesmo serem dele aqueles dois cavalos! que beleza essa vida do interior! quanta generosidade no olhar! quanta singeleza na alma! mal sabia ele das recentes descobertas quânticas! ou melhor, ele sabe, embora faça de conta que não conhece mais do que alimentar aqueles dois lindos cavalos! afinal as possibilidades são infinitas...
tive vontade de ficar ali na beira da estrada, na beira da porteira, falando com o moço e sobre os seus cavalos. ir cavalgar para além daquele pasto... perguntar-lhe sobre a rotina com os dois cavalos e contar-lhe da rotina com as palavras e idéias tão abstratas quanto estar em dois lugares ao mesmo tempo!
não me convenceram, ainda, os físicos quânticos- eles falam de um modo tão fantasmagórico e com música de suspense ao fundo, que não consigo crer haverem monstrinhos vermelhos, viciados em emoções, dentro de mim! acredito sim, que a mente seja suprema e ando valendo-me bastante dela! no entanto, prefiro assistir “a vida é bela” e pensar na sua supremacia quando tenho ‘pensamento positivo’ e minhas mãos mexem na direção do objeto a ser por mim relacionado, desejado, por fim.
aquele moço e a sua generosidade em contar-me sobre a ração dos seus dois cavalos! ele não me sai da cabeça! não me sai da cabeça o pasto todo verde à espera da boca e dentes fortes dos dois cavalos! sonhei que cavalgávamos! delirei em que eles me vissem e viessem pra mim, ultrapassando a porteira e o pasto...
pensei tão positivo que o moço veio explicar-me sobre a ração!
nos despedimos breve e continuei com mamãe... falávamos do brechó que acabávamos de conhecer! duas mulheres felizes com as roupas novas...
amanhã voltarei lá e levarei sementes de aveia! e de milho! e.... poxa vida, qual era o outro ingrediente?! ... eu vou lembrar, eu vou lembrar, eu vou lembrar, eu vou lembrar, eu vou lembrar...
(‘pensamento positivo’ para que quantifique, que nomeie, que concretize! mãos por sobre a cabeça... girando para auxiliar no movimento do cérebro. tomarei todas as providências, por fim. (de novo!))
até mais, moço!

quarta-feira, agosto 02, 2006

porções básicas

um turbilhão acetinado de convulsões pereclitantes...
as minhas mãos estão sem os anéis faz mais de duas semanas! esqueci no lavabo da casa de uma velha amiga- as duas muito ocupadas e morando em cidades diferentes não conseguem encontrarem-se para a devolução! putz, putz... eu quero os meus anéis! fiquei percebendo esquizitices em mim...
até parece que os meus dedos encurtaram, sei lá! o que, de fato me fez pensar que o ato sexual pode ficar um pouco atordoado com dedos tão pequenos... penso na mão, no toque, no laxante, e em primeiro lugar na vitamina C! ando comendo pouco ferro... congelei alguns potes de feijão... insisto em alimentar-me de vinho tinto!
tudo me parece, daqui de dentro da minha bolha, muito muito e muito rapidinho...!se me dessem um desejo básico, de porção básica: eu escolheria ouvir Maria Callas, bem atônita, andando pela casa vestida de branco e cantando uma canção em semi desespero! gostaria também de ver a Cássia Eller descascando uma laranja e comendo. a seqüência poderia ser Milan Kundera pensando sobre a insustentável leveza! seguido de Artaud ensaiando e treinando numa salinha pequena....
respira, Artaud, respira!
exaspero só de imaginar Marina Abramovic me dando qualquer tipo de informação sobre o seu contato com Buda e os seus famosos jejuns, os quais tanto desejo iniciar na próxima semana. e seguem próximas semanas- e a própria nunca chega!
ah, todas as minhas acetinações, não passam de um veludo barato para a imaginação! queria mesmo era ser Oscar Wilde e ter nada do seu narcisismo! já imaginou um Oscar Wilde bom coração? humilde e sentindo compaixão do mendigo?
assim ele seria mais perto de mim, desse meu lastimável trauma de menininha que tem as bochechas vermelhas e ouve os outros dizendo que ta ficando roxa, toda vermelha! que tem vergonha!
hoje eu sei que reflete ascenção da adrenalina e é charmoso esse efeito... mas antes! humpf!
nesse intervalo de tempo e de amadurecimento, os meus tecidos internos já parecem bastante costurados, rearranjados... e ainda assim, teimam em rasgar vez em quando, um pouco mais...

como é bom poder "tocar" num personagem!!!

bolinhos de arroz

a tua casa tem jardim na frente. as minhas mãos vão tocando as flores e aguçam os espectros antes de entrar... gosto muito do barulho da lenha no fogo e em especial quando queima um nó de pinho... parece aquecer mais!
não venho pedir nenhum tipo de empréstimo, só as minhas mãos que estão mais saudosas e o toque da banda dentro do meu peito trouxe-me como a maré cheia...
lembrei hoje que o meu pai passava “vick” no meu peito antes de eu dormir! nas mão dele tinha um movimento tão longo... pesado...sentia lá dentro de mim, que a cada movimento das mãos dele, o meu peito se ampliava, respirava mais e mais infantil e sem nenhum tipo de sintoma com lama. ah, e também lembrei dos bolinhos de arroz com tempero verde da minha mãe! a casa ficou cheirando a fritura!
inverno... as janelas fechadas....leve orientação para alguns quilos a mais! ainda mais usando duas calças!
em relação ao nosso encontro sagaz, quase na soleira do hall...o que eu, terapeuticamente, gostaria de comentar é sobre a alucinação de um percurso paralelo entre nós. a impressão na pele de que tiranicamente não acabam as tuas alegorias e eu fico aqui, como que estanque numa bolinha de sabão dessas meio coloridinhas, esperando o teu próximo sopro!
não tem luminosidade!
e essa falta de exercício só pode estar contribuindo para uma aglomeração mercantil de substâncias com efeito moral em mim... aliás aquele antigo remédio que media a quantidade...lembra? esse não tem efeito nem em termos de olfato agora. todo o nosso racionalismo proposital e descontínuo foi destemperado quando a tal caixa (lembra?) foi aberta, por acaso, pela minha empregada.
ela chegou, bem soturna e tímida pra mim, sendo que estava eu fixadamente concentrada e disse: desculpa interromper a senhora, mas acabei abrindo aquela caixinha preta ali, porque ela estava vazando e manchando todo o móvel da senhora!
Jeito suave, o dela, de me mostrar o empapado dentro de mim! ora pois, como não vi antes que o que me bebias era por não teres tu, conteúdo próprio e pior: o teu jardim pega pó da rua. as tuas plantas não hão de resistir por muito tempo nessa recepção com ar de quem tomou comprimidos.
ferradura já gasta quando me dei de costas, musa bem perturbada essa minha! latitude covarde depois de dar às costas e dos meus olhos soarem todas as minhas contraposições! chora mesmo, mulher... que de tão romantizada passa as noites a figurar alguns amontoados de palavras pra fazerem sentido pra não sei quem! pra não sei que mãos! pra não sei que pessoas sentirem agora uma vontade de deitar, ser criança e esperar o papai chegar trazendo o remédio de boa noite!
todo esse discurso... como se o encontro não tivesse sido abrandado fingido!
ou então a gente faz um pacto de não ver os chamativos anúncios de sexo barato dentro do lindo vermelho telefone público de Central London...
ui, ui...enchi dessa besteira mansa de sempre achar que o mais premente é o encontro! as lembranças podem ser bem marcantes e ainda alimentarem- estou comendo bolinhos até agora!
amanhã, corto as unhas e corro por três horas, salvo a respiração que tem de melhorar!
quem disse que um sexo barato, de telefone público, não resolve!!!