segunda-feira, junho 26, 2006

bilhetinho matinal

“Parte cantando, Maria fugindo, Contra a ventania, Brincando, dormindo, Num colo de serra, Num campo vazio, Num leito de rio, Nos braços do mar”.
hoje acordei ouvindo Chico e com o travesseiro todo enrolado... lembrei do taxista da noite passada, lembrei do encontro com conhaque, lembrei do site de M.W. que não consegui comentar, lembrei desse vento que por aqui dura três dias consecutivos e deixa escapar todas as idéias! mas elas também, se escaparam, não estavam prontas, faltavam-lhes elementos! como me faltam, agora, acordando aqui...
levanto da cama silenciosa. olho para o lado, ainda dormes! recolho as roupas e bem de leve, vou andando até o banheiro.
depois da ressaca, do vômito como metáfora, e do purê de batatas... até que a elegia fica linda! sim, isso de se queixar, a queixa, o queixume... sempre é uma canção de embalar quando se quer sozinho! é mais instigante do que a alegria, pois é predicado dela! afinal, o que vêm depois como saber? é mais instigante!
ah, se pudesse ouvir o canto das lavadeiras do norte... rezo para o meu anjo da guarda não me deixar agora, nesse início de dia, nesse longo dia! que não me deixe cometer a falha de não obedecer à intuição! ouvir essa música contém algum sinal! mesmo bêbada se pode recorrer à fé! segundo, Voltaire: se não existisse Deus, o inventaríamos!
tenho certeza do meu anjo da guarda! foi ele que me fez ver o início do dia. o início de mim, do que eu mantinha enroscado no travesseiro!
hora de ir!
ai, ai, não acorde agora, meu amor, ainda não acabei o bilhete! pensei demais...
resumindo: a sugestão é a de sempre: ouça Chico Buarque!
Com fé, Joana.

Um comentário:

Anônimo disse...

FLOR, esse aqui tá demais! Leio teus escritos, visualizo as imagens, compartilho o imaginário, impressões familiares ecoam em mim. Algo único. Há matéria prima, que por ti é transformada em poesia, em obra, em arte. Delícia. Leio compulsivamente até o sono me vencer.
Todo o amor, Cá