sábado, outubro 13, 2012

entre as árvores

era noite clara ainda. as luzes estavam acesas na casa, mas quando ela menos esperava elas apagavam, tudo se calava, as portas batiam vez em quando, a casa ficava no alto e ventava muito naquela noite. os faróis vinham de longe e quando chegavam mais perto apagavam-se na curva. ela por dentro era deserto a ser habitado. as frestas entre as árvores refletia a luz dissipada, o cheiro de poeira que os carros deixavam. tudo ali era silêncio de mato e por dentro uma cachoeira de lembranças inundava seu estômago. ela sabia que quando a luz do farol se mantivesse acesa era porque ele havia chegado e aí, talvez naquela noite, as luzes se mantivessem acesas até o dia nascer de novo. eles teriam a noite toda para restituir o infinito no que insistia em ser finito.

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