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a vida poderia ser melhor vivida se sempre tocasse uma sinfonia de piano... com um piano tocando as coisas tornam-se mais mais sutilizáveis, mais homogêneas e híbridas num só tempo. quando te vi tive a impressão da decência do meu espírito. esse que sempre me acende, me sobrepuja pra dentro do apartamneto, me fazendo sola. estávamos na cama - transcendíamos! era como uma floresta ao entardecer: meio amarelada, meio sonho. nebulosa, por tratar-se de uma floresta fechada, mas também esclarecida de preceitos, de conjecturas a seguir e a ultrapassar. sempre assim: um emaranhado de necessidades, de águas e sóis, de belezas e defeitos. a pintura nem sempre precisa ser colorida para ter um lugar priviegiado na galeria. quando vi Francis Bacon pela primeira vez pensei em me transformar num efeito. vivo tentando ser meio sombra meio tranparência. e assim os dias e noites são num todo instantes de decomposições! decomponho o espaço, as estruturas internas e vou perpassando-me feito água, líquido que vem do coração, atravessa os olhos e goteja num sentimento denso. vejo você entre os lencóis e beijo o teu pescoço. o teu cheiro lembra a vinha, a uva, o cacho, o amor em partes. estou em partes e num só tempo sou a trajetória do animal até a comida, até a presa. vou a ti e a tua boca é fonte par aa minha - pulso! estou viva! obrigada, amor!