domingo, outubro 01, 2006

je reviens


às vezes às vezes que é às vezes posso tudo vou com isso produzi o caminho sou tudo quanto frequentei a mim mesma o quanto me desmantelou produzi o filme mais belo em preto e branco a capacidade de esgaçar as roupinhas brancas cooptei a quantidade feroz da rigidez suspendendo a minha audácia tremi formulando o índice de aproximação e fui sendo sublime cantando com os bem-te-vis louca pra perder o senso obturei o princípio da felicidade pulando pra dentro do pier desci te encontrei o retorno a novidade do instante o instantâneo dócil a mão caiu na tua e de lá de onde não quero mais e quando vi já estive daquele lado ali no quanto nem mesmo quis bem que te quis e livrei do quanto pudi corresponder ao real desfeito passado cheio de gotinhas pulantes negligência intrépida capaz de constelar todas as minhas malícias charme barato quem não quer mais posição terrível em relação ao sofá vermelho ficou mais um pouquinho sentei de lado e com gula ficou mais perto da hora de nem mais estar e quando vi de novo era o mar revirei com a onda a coberta e produzi o momento qual quis qual tinha de ser louca pra mudar louca pra habitar pintei a parede certifiquei da altura estávamos bem ali aquilo que fiz já se desfez no piano da esquerda o da direita está com a última tecla um pouco solta no vento com o vento e a chuva começou no mesmo instante em que estavas lendo na cama a música dava pra ouvir reposicionei o cinzeiro limpo uma carteira de cigarros inteira às vezes corri capturando dentro dela não acompanho a romaria quis fugir rasguei a folha bilhete esquecido virgulando capaz de estar trancado nem grudei o tom rebuscado foi até a última gotinha de quando te vi pela última vez mudança na aparência atividade interna quando ali eu pulei devagar não deu pra parar estive estou estarei estando bem do teu lado suave louca pra parar!

2 comentários:

Anônimo disse...

(recupero o fôlego).... intenso!

lindo como és..

bjo

Anônimo disse...

me lembrei do monólogo da boca do becket (apesar de textualmente ser bem diferente). o texto é um grito. gostaria de ver tu me dizendo essas palavras. adouuurei!
bjo