terça-feira, outubro 24, 2006

A água do rio de repente ficara turva, foi uma pedra atirada, o meu corpo caído. Transbordara, o rio roçando na pedra. Pedi ajuda, chorei, não era a hora! Chamei o meu avô. Como posso ter imaginado tanto? Estava enfim sozinha, pelo menos ali, naquele inóspito. Havia chegado tinha pouco tempo e já estava atrelada aos velhos vícios, círculo estratificado.
Buenos Aires não estava nos planos para completar a náusea, o descaminho. O tempo cada vez mais esgotado. A data se aproximando a cada nova hora. As circunstâncias ligeiramente passando pelo meu corpo e me arrastando.
Atravessa-me água turva! Desestratifica-me! me tira dessa péssima órbita projetiva vulcânica! me desata dessa realidade dominante e me leva pra bem perto do mais transeunte possível!
Fomos eu, o rio e a pedra desabotoados pela correnteza. Sou menos matéria consciente do que poderia providenciar. Algoz da minha saliva e olhos desprendi-me a tempo! Em tempo! dentro da selva da mesquinharia, da covardia! Aboli-me!
Passei a nadar - adentrada pela primavera!

Um comentário:

Anônimo disse...

Duas gotículas de brisa colhidas no suor da manhâ,duas ausências, uma imprecisa,duas presenças,uma sã. Um painel,outro pinta,uma liga, outra tinta, outro outra , ostra cisma, pérola de abstração!
Receita para um dia congênito e familiar!
Beijo,doidivânas Lê.