sexta-feira, outubro 20, 2006

blow up

Eu sentia um prazer especial pensando que teu olho por detrás da lente buscava meus melhores ângulos, meus melhores detalhes, parafraseando o olho perfeccionista do mestre, especialmente pensando na tua vontade de descobrir a outra metade do quadro, a metade que a lente não deixava transparecer. Estávamos em pleno jogo de ângulos. Era como se o sábado havia se transformado em um além-lugar e a ante-sala era a existência inteira. Pensava na praia em dia nublado, voava baixo como as gaivotas, respirava rapidamente falando o menos necessário. Era o silêncio o que mais importava. Chá das cinco, sem o sal inglês e com uma constante latinidad italiana.
Lembrei de Roma todo o tempo! E não é que tinha uma folhagem linda bem pertinho de nós! E flores, elas permaneciam... o convite era para um piano soar, delirante, arrebatador! Mais um click e outro e outro, era preciso registrar em mim, no meu olho, dobrar-me. Afinal, o outro dia não tardaria em chegar e com ele todos os seus princípios de realidade, seus axiomas e seus afins. As teorias no nosso entre eram passado, no entanto, evidenciavam. Quando não se sabe bem o que se está produzindo por dentro, o melhor mesmo é correr pelo vento e ter esperanças! Como as gaivotas, esperar a nova onda e o alimento recém saído da casca.
Pelas minhas vias de conduto, pelos meus spazios, queria mesmo era ouvir o rio... ser o rio... delirar suave, molhada pela tua água, pelo teu olho, pela tua lente. Sigo pelo além-lugar, pelo sábado todo, pela semana toda. Filha de Oxum com camomila e mel.

Um comentário:

Anônimo disse...

;0)