segunda-feira, março 21, 2016

chove sempre no final do dia

para onde é que vão as palavras que não são ditas? para onde é que vão as cores deste momento? deve existir algo além aquém daqui de onde estou que me amplia a ponto de não querer mais nada que não esteja aqui ao sabor do meu toque, dos meus sentidos aguçados. saio da casa do meu irmão em são paulo e  passo por um cemitério onde um homem dorme em cima de uma das lápides. onde ficam as imagens surreais? para onde vão? não quero e nem posso querer que elas se armazenem todas na minha memória, é coisa demais, é gente demais, muitas imagens. a vida passa depressa, pode alguém vir, te dar um tiro, o corpo é frágil, o medo pura efemeridade. se for pra morrer que seja de amor e de vida. de pé, andando, enxergando e com os olhos bem abertos.

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