domingo, março 23, 2008

abacaxi - rei

... depois era como se só estivesse por lá, sabe... tu nem estava mais aqui.
tá vendo esse vento? ele traz a sensação exata do que eu deixei aquele dia no pier, no final da tarde. tinha o teu cheiro na minha camisa. e eu fiz contato pelo telefone, falei, disse, gritei, escrevi na areia e depois fui pra casa.
deitei na cama. apaguei! nem tirei a areia, nem tomei banho, nem lavei as mãos.
tinha uma dorzinha que deitava comigo, mas lembro que quando eu acordei era tanta certeza... caía uma chuva de verão e eu desliguei o ventilador. fui andando mesmo.
voltei no mesmo pier, ah! voltei lá! a frase na areia tinha sumido. a carteira de cigarros ainda estava lá- toda molhada!
o cheiro, agora amenizado, era o de mar, onda e correnteza. coisa levada e trazida! e eu andando em ciclos - uma garota dona do seu dia, das suas horas e das suas dorzinhas! um tanto vidradinha também, mas isso é detalhe! o cheiro tinha mudado!
comi até um abacaxi depois. a dor virou básica com aquele ácido todo!

sábado, março 22, 2008

now___

falando sobre isso, senti uma vontade incontrolável de sair um pouco. fui até a praia, sentei num pedacinho de madeira na beira. acendi um cigarro e olhei pro céu. as estrelas tinham um ritmo tão próprio que eu sentia o gosto... o gosto não tinha conexão nehuma com o que acabávamos de comer minutos antes, mas era bem mais doce, disso eu sabia!
tem momentos que melhor mesmo é ir sozinho descobrir sobre o que se está pensando... era assim que eu sentia - estava no meio de uma dança com sabor agridoce! o teu corpo já nem estava junto de mim e sentir isso era bem mais interessante perto do mar, afinal o vento leva e o mar pode também trazer de volta.
quando enfim a gente se evidenciar de novo, eu vou prender o meu cabelo e te convidar para uma noite toda aqui comigo. quero ver se sentes o mesmo sabor que eu sinto agora. se danças... na verdade, acho que podes até me dizer que sim, mas o teu cheiro nessas horas é inconfundível e eu vou saber ao certo se posso ou não te levar para o mesmo giro que o meu - o mesmo epicentro - o mesmo balanço - o mesmo gosto!
talvez a gente nem saiba mergulhar, mas quando passeamos é sempre de mãos dadas!

sábado, março 01, 2008

antes de sentar na varanda


eu acordaria cedo, compraria o pão mais fresco. passaria o café forte com pitada de canela, a geléia seria de morango. enquanto isso ainda dormes. suave abro a cortina. o sol te ressalta. sem fazer barulho agudo eu me aproximo, te abraço longo...
o tempo deixa de existir e entre nós: passado, futuro, realidade e imaginação são sempre sensíveis ao amor!

(photo by Marina Mendo)