sexta-feira, março 30, 2007

me consumindo parte 1

... olha, cara, eu já desisti de considerar que tenho qualquer coisa nesse mundo! nada é meu de verdade! nem o meu apartamento: pago condomínio, iptu e o diabo a quatro! nem o meu carro: pago ipva e o caralho a quatro! quer dizer... ainda agora tava pensando que nem o meu corpo, porque quando tenho qualquer coisa e preciso de algum tipo de médico e/ou profissional da saúde os caras podem me emboletar por dentro de um tal jeito que passo a não ter mais controle sobre mim mesmo. não me governo mais!
é remédio para tudo o quanto! e um puxa o outro, quer dizer... não passa de um mercado novo! um mercado a mais pra mandar em mim! e as necessidades impostas/viciantes não páram nunca mais! sou um bonequinho mesmo...
caramba, porque que é que não vão brincar de boneca, hein?
deve ser trauma de infância desses políticos, psiquiatras e agentes de trânsito!

(solilóquio criado/inventado/real)

Um comentário:

Telma Scherer disse...

quando eu era pequeninha, brincava com uma fofolete, aquela que vinha dentro de uma caixinha de fósforos. vai ver por isso é que aprendi a me comprimir. buscar o menos que é mais. evitar o tanto. sempre acho que aquilo que a gente tem acaba tirando a nossa liberdade. porque ando a pé, não preciso de um lugar para estacionar o carro. nas minhas malinhas cabe o mundo. e, principalmente, são elas que me deixam andar.