enquanto espécie

que falta de comprometimento social há quando se vota em um governante em nosso estado, em nosso país! que falta de responsabilidade com o todo, com o lugar onde se vive, se respira. que falta de inteligência que há quando nos afastamos da natureza, quando deterioramos as florestas, os rios. que falta de conexão que há quando construimos prédios e apartamentos sem janela e sol. que falta de amor que há quando não mais lutamos, quando não oferecemos resistência àquilo que nos mata, que nos faz fracos pálidos. que falta de sagacidade que vivemos, que falta de brilho que vivemos. estamos de fato nos suicidando aos poucos enquanto raça, enquanto espécie. sem nem nos darmos conta estamos consumindo a nós mesmos imersos em um sistema cruel, pagando com a própria vida o ar que respiramos. que falta de poesia!

terra e ar

uma voz que falha, choro gasto, arranhando, frágil forte uivo de lobo com um gemido fraquinho cortando. vida  para cuidar da relação lúcida.um pouco de rendição - ao telefone, claro - pessoalmente ainda nem se viram depois do acontecido. se virão? assimilar as tortuosidades, as coisas deixadas para trás e tão sufocadamente guardadas para enfim aparecerem sob um triunfo de glória em uma fala cruel e de quem morre. de quem mata. um corte necessário é feito, cisão afetiva e de linguagem. somos diferentes. muito. com o temperamento igual. terra e ar. pai e filha. pacato cidadão. autorreferencial. sabe aquelas relações que sabidamente te fazem crescer mas a que custas? sob que custódias?  jurisdição da família. crueldade da família. no entanto, um ato de lucidez, um pouco de rendição a quê? qual é o propósito de voltar a se relacionar? o amor espanta. é incondicional mas se mancha, se desmancha de vez em quando. seca e dá rancor, estamos tentando, momento de lucidez. somos diferentes e isto há que se sublinhar e de uma vez por todas respeitar. levar em conta. estar desperto. micropolítica, já ouviu falar? abertura para o outro. quero que tu sejas feliz. eu te amo.