quinta-feira, janeiro 22, 2009

na sala

e nesse tempo a vida seguiu , sem você, sem a caneta, sem o papel na hora certa, com a idéia sempre pintando num dia impróprio sem sequência. quando eu vi já estava ali no meio do jardim com a taça na mão esperando a noite chegar e quando ela enfim chegou os convidados estavam atrasados e quando eles chegaram eu já estava bêbada.
eu leio pouco. os livros deixaram de me corresponder. o computador virou um livro com todas as informações mas sem inspiração! a não ser a visual... vejo muitas coisas e alimento pra alma só tenho no amor - e isso já é tanto e tudo - que me esqueço de ler palavras, esgueiro-me entre construções de madeira, com assoalhos de madeira e frestas, descampados da alma.
percorro um sutil e amarelado caminho de algumas lembranças, alguns suspiros, algumas alucinações, mas todas poucas, todas eleitas, e nenhum grande sobressalto!
por favor me ponha pra sentar direito, endireite as minhas costas e me diga bem ao pé do ouvido: trouxe um livro aqui e depois dele virão outros, o computador sairá do centro da casa e as feridinhas da alma se curarão com uma outra idéia verde latejante de grama fértil de uma inspiração branca e com poucas arestas, mas espessa e pronta para se manusear.
traga a esperança de uma correspondência nova com as palavras. entrar no mar a nado e não com barco. ir e voltar. silenciar e cair de bruços. descer e subir. quem sabe chorar no sofá.