sábado, julho 29, 2006

trigonometrando-me sob luz indireta

entre linhas retas uma hipotenusa e os tais catetos entre ela. marcados, no vétice, pelo compasso de “sorry”- madonna, sempre ela e ela e mais ela! num longo vestido de costas evasivas... inspiração impositiva! a televisão insistindo em iluminar o ambiente e nós, delirávamos, num universo de estímulos e compreensões sem palavras: e isso era o êxtase!
please, don’t say: i’m sorry! please, don’t say: forgive me! perdóname!
estávamos ali e não seria minimamente difícil alcançar a tua perna, corpo e peito! mãos quentes... todo o resto subalterno à razão...
ruído da porta lá de baixo. os passos. subias as escadas. a luz invadiu o quarto e a cama. quase ecoávamos, mas ainda não o momento da soma dos catetos! o tal triângulo escaleno, dava lugar ao processo mais do que orgânico da sequência - everybody’s changing! is so easy!
o frio descia, branco. era tudo único como a longínqua idéia de ser até então, apenas idéia... em qualquer momento poderíamos somar e ou multiplicar os catetos opostos e adjacentes. um triângulo retângulo possui um ângulo reto e dois ângulos agudos complementares.
sunshine - lisuras da composição de só querer bem!
passávamos a deslizar...

quinta-feira, julho 13, 2006

não considerado no sentido absoluto

bem... parece que o tempo está sendo o das relativizações, enfim.
até mesmo o inverno resolveu relativizar!
as “cordas vocais” de callas um dia já relativizaram... Clarissa Dalloway também já relativizara ao pensar que se alguém suicidou-se naquele dia - ela, por sua vez, iria juntar-se aos amigos mais queridos, numa grande festa!
com isso, deixaria para trás a certeira possibilidade de, também ela, cair sobre as grades pontiagudas. afinal, a morte daquele outro, teria servido para que Clarissa passasse a evidenciar a beleza, a beleza enfim!
a beleza daquela/nela que tinha vivido os momentos todos; mesmo os que fossem lembranças agora, acontecidos de muito tempo atrás... ela disse a todos os momentos: fiquem! fiquem! e eles estavam nela - enfileirados! haviam ficado! lembrava com detalhes de cada um... ainda sentia amor!
eu; lembrei da Regent’s Street. lembrei do Sain't James e das suas cadeiras de two pounds. lembrei de quando saia do trabalho de madrugada e tomava uma cerveja. lembrei dos sintomas, do poder, das dobras todas em mim... dos brownies do Sainsburys!
ah, London... como pude pensar um dia que Virgínia... eu não te encontrei nem no parque, nem na rua, nem na faculdade, nem na biblioteca, nem mesmo lendo algum livro ao sol!!!
essas lembranças, esses momentos... repito para mim mesma que me deixem e que só retornem se trouxerem Clarissa de volta! se trouxerem o cheiro, o olhar e o toque daquela linda e melodiosa mulher...
a partir daí, teria Londres e todos os canteiros de rosas do teu parque preferido dentro de mim!
então, chegou quem faltava! sentamos à mesa, o almoço estava pronto. acabei de assistir Mrs. Dalloway e não passa do meio-dia. e não passa de mais um dia. e não passam de lembranças.
começo a relativizar... relativizar... relativizar...!!!